É a grande tentação, e isso tem acontecido há milênios. Desde que a humanidade criou a instituição do casamento, tem havido homens e mulheres quebrando esse pacto ao sucumbirem à sedução da infidelidade. Isso foi escrito em livros, cantado em músicas e expresso em filmes, então a traição faz parte da natureza humana? A sociedade declarou enfaticamente que absolutamente não faz parte.
De fato, os humanos decidiram que o adultério é tão errado que até a Bíblia dedicou dois mandamentos inteiros para tornar atos de infidelidade um pecado.
Mas, sejamos honestos, isso foi dois mil anos antes de conhecermos a psicologia ou a ciência, e o Google ainda não tinha sido criado. Bem... nada tecnológico tinha sido criado, e as informações eram tão confiáveis quando um ricaço num hotel. Os humanos era basicamente selvagens, e a instituição do casamento foi uma forma de estabelecer um sentido de estrutura social, pegada cultural e talvez, mais importantemente, segurança econômica.
Voltando aos dias de hoje, aparentemente vivemos numa dimensão paralela. Nós nos casamos porque forjamos a nossa segurança com outra pessoa num nível emocional, e, enquanto isso, a nossa estabilidade econômica não é mais uma questão de vida ou morte. Para as gerações mais novas, apenas a ideia de casamento dá arrepios. E então? As pessoas estão evitando se casar ou tem um novo paradigma lá fora para as regras do casamento?
Podemos apontar para o conceito de casamentos abertos, uma discussão que tanto é tabu quanto é fascinante para o pensamento tradicional. Este artigo de 2017(3) no New York Times olha para as possibilidades de felicidade com casais não monogâmicos e os motivos pelos quais um caso extraconjugal torna-se uma possibilidade séria.
Parte deste mundo hipnotizante de encontros casados é o papel que a tecnologia tem ao fazer encontros discretos mais fáceis do que nunca com sites de casos on-line. Aplicativos e sites são tão comuns para solteiros na cultura de relações que a palavra em locais seguros para trair se espalhou para os curiosos, e evidentemente insatisfeitos, casados mais velhos, mas procurando algo na sua região.
Mas primeiro vamos dar um passo para trás e inserir um som de registro de arranhão realmente rápido. Para aqueles com uma visão mais tradicional do casamento, o mero pensamento de sites de casos livres pode causar um intenso nojo. Então o fato acontece e é a causa de grave dano psicológico.
Mesmo assim, até as pessoas que alegam casamentos felizes ainda dão emoção a casos conjugais ilícitos. Tem alguma esperança de sobreviver a um caso? Exatamente o que homens casados querem de casos e, melhor ainda, as mulheres casadas só querem casos emocionais? O buraco do coelho é mais fundo.
Surpresa! Não tem uma definição acordada para o que é considerado um caso, pois não há regras definidas. É quando tem sexo com penetração? Beijos contam? E a paquera on-line? Assistir pornografia é passar dos limites? É uma traição da fidelidade emocional? A resposta pode potencial e normalmente ser 'sim' para todas as opções acima.
Parece haver um denominador comum consistente quando se trata de se afastar. O casamento parece frequentemente surpreender a necessidade enraizada por auto-realização que um cônjuge não pode atender. A emoção de reacionar aquela qualidade perdida é uma luz verde esmagadora para ter um caso.
Esther Perel é uma famosa psicoterapeuta pelo seu trabalho sobre relacionamentos humanos e os desafios de equilibrar segurança e liberdade. No seu Ted Talk, ela disse que(4) “Morte e mortalidade frequentemente vivem na sombra de um caso, pois levantam essas questões. Isso é tudo? Tem algo mais? Vou viver mais 25 anos desse jeito? Será que vou sentir aquela coisa outra vez?”
Aí está, de acordo com Perel, a decisão de cruzar essa linha de infidelidade é uma análise psicológica mais pesada que atinge as raízes de uma crise existencial. Para colocar de forma bem clara, um caso é um desafio à morte.
Ah, uma pergunta para as gerações. A resposta fácil é a difusão antiga da metáfora da semente. Os homens têm necessidades sexuais que simplesmente se tornam obsoletas à medida que a inevitável rotina do casamento se instala. Adicione a isso a atenção da esposa potencialmente sendo voltada em direção a cuidar dos filhos, e as possibilidades sexuais se tornam menores e mais distantes. Os homens indubitavelmente são criaturas visuais, e sites de encontros para adultos casados apresentam uma fuga intoxicante até para o indivíduo mais moralmente firme.
Ok, vamos cruzar para o outro lado da psique dos sexos, certo? O estereótipo aqui é que as mulheres estão em busca de uma conexão emocional vigorosa que o maridão não consegue oferecer. Mesmo que isso seja verdade, temos que desmistificar isso virando a convenção e sugerindo que as mulheres têm algumas necessidades físicas também. Para colocar isso em perspectiva, um estudo de 2010 do Centro de Pesquisa de Opinião Nacional descobriu que o número de mulheres que admitiram casos extraconjugais subiu para 40% ao longo dos últimos 20 anos(5), e isso é apenas das mulheres que admitiram isso. Então o que faz as mulheres traírem? Talvez as esposas que traem tenham muitas das mesmas necessidades e desejos que seus parceiros masculinos. Na verdade, definitivamente sim. As causas comuns podem variar amplamente... mas casamentos sem sexo são muito prevalentes, assim como o poliamor.
Sim! Parece que o segundo motivo mais comum pelo qual os homens traem as suas esposas é porque elas não estão emocionalmente presentes para eles, e a conexão que encontram com outras mulheres serve como um lembrete de como é se conectar com alguém novamente. Os homens têm outras necessidades, apesar de o que a sociedade nos conta e é extremamente rude generalizar a mente masculina como ' mulher apurrinha = ter um caso’. Às vezes, o homem pode ser secretamente gay e está finalmente pronto para se conectar com outros homens gays on-line. As mulheres podem subestimar os seus maridos da mesma forma que o oposto é verdadeiro, fodam-se os padrões duplos. O que nos leva ao próximo ponto…
Os humanos são tribais, e um bocado de caras encorajando o comportamento uns dos outros é algo poderoso. Se o círculo social de um homem casado for feito de visitas a clubes de striptease e recomendações de aplicativos de encontros, então as chances são bem altas que esse seja o estilo de vida que o cara vai seguir. Para homens que simplesmente não têm uma comunidade de confidentes masculinos, essa voz independente pode manifestar esse sistema de suporte na forma de uma nova parceira. Homens casados que traem estão começando num déficit de conexão.
O mesmo é verdadeiro para as mulheres. A mentalidade tribal atinge tão fortemente as mulheres, pois elas são o mais social dos sexos. Fofoca e impressões dentro do círculo social de uma mulher podem influenciar grandemente as suas escolhas, especialmente se o grupo possibilitar a descoberta de um 'caso vigoroso' como validação para auto-empoderamento. No lado negativo, se uma mulher não tiver um sistema de suporte que possa entender as suas necessidades emocionais, então buscar um caso tanto é uma medida de desespero quando um influxo de adrenalina.
À medida que os anos de monogamia se acumulam, aquela antiga voz existencial surge novamente. Se um dos parceiros estiver entediado, inseguro ou preso com seu cônjuge, então a porta para a infidelidade e a busca de encontros secretos pode se abrir. Em alguns casos, onde a comunicação é melhor e o casal pode viver um estilo de vida mais alternativo, encontros de poliamor podem se tornar uma opção.
Outro motivo é a incapacidade de se comprometer completamente com um parceiro por causa de um trauma de infância ou de relacionamento não resolvido. Enquanto que alguns homens e mulheres que exibem tendências de infidelidade são severamente afetados pelos seus relacionamentos anteriores, há uma raiz psicológica maior para a sua instabilidade, e um casamento pode não ser a melhor coisa para que esses indivíduos busquem a ajuda adequada.
A idade de uma mulher, elas nunca a revelam, mas você não pode enganar o seu subconsciente, a menos que tenha poderes mágicos de ilusão (Dica, algumas pessoas podem ter). Você já ouviu uma mulher dizendo “Eu terei 29 para sempre"? Bem, tem alguma coisa aí, de acordo com um estudo recente(6) as pessoas têm duas vezes mais probabilidade de trair aos 39 anos de idade. Enquanto isso, os anos terminando em 9 também são um sinalizador para uma crise de meia-idade e um potencial alerta de traição.
Outra relíquia do passado, o paradigma do casamento cedo está desfeito hoje em dia. Era lugar-comum na maioria das sociedades estar casado e ter filhos aos 25 anos, aproximadamente. Não é preciso nem dizer que isso deixou pouco espaço para uma pessoa explorar e crescer por conta própria como um adulto com desejos sexuais. Para as mulheres, adicione todas as definições de papel de gênero que estimulariam qualquer boa feminista e você tem uma receita para uma mulher que está encontrando a meia-idade como uma saída para revisitar oportunidades perdidas. Para os homens, o incentivo pode ser um desafio da idade e reviver a glória passada.
Potencialmente algo impopular no espectro do politicamente correto, os casamentos arranjados foram o epítome da segurança socioeconômica em muitas culturas orientais. Com a imigração e integração no ocidente, essas culturas estão se adaptando para uma combinação mais orgânica fazendo estilo de arranjar parceiros, mas ainda não foge dos arranjos de outrora. Com sites de encontro on-line proporcionando espaços seguros para o segredo, as mulheres estão em risco de finalmente ter uma válvula de escape para sentimentos de exploração. Isso poderia ser tão normal quanto um caso extraconjugal ou tão aventureiro quanto mulheres procurando mulheres.
Outra coisa impopular. As mulheres que estão procurando uma promoção ou um salto no status social podem achar particularmente interessante atiçar o seu chefe para um caso. Se não houver crianças envolvidas e o marido ficar no banco de trás das prioridades da carreira, bem... o resto fala por si só.
Vamos examinar propositalmente os comuns. A esposa emocionalmente negligenciada é o chiclê fácil, mas merece a nossa atenção como o motivo mais comum pelo qual as mulheres traem. A solidão e a falta de conexão e intimidade com o seu cônjuge é uma poderosa ferramenta de afastamento. Esposas solitárias são um resultado de negligência. Por último, o componente físico ainda é necessário para se abordar, pois as mulheres também são criaturas sexuais. A satisfação sexual ainda é necessária para um casamento feliz, e qualquer mulher merece ter as suas necessidades atendidas, senão... bem, elas têm opções nas pontas dos dedos, quando baixam um aplicativo de encontro para casos amorosos.
E, com isso, podemos desfazer alguns dos equívocos sobre os dois sexos. Sim, eles são diferentes nos seus motivos para buscar casos, mas as causas subjacentes ainda são as mesmas, aquela peça faltando de emoção não vai ficar em silêncio durante a noite. A vida é curta. Tenha um caso™