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O

adultério

é uma coisa humana
A vida é curta. Curta um caso.

O adultério, como uma avó preocupada desaprovaria, está entrando em um momento diferente em nossa cultura popular. Bem-vindo a 2018, onde trair um cônjuge está lentamente deixando de ser um tabu. Graças a intelectuais carismáticos como Esther Perel, podemos ter mais conhecimento do que nunca sobre as áreas obscuras desse ato.

Por um lado, há a obscuridade por trás disso, ou, como Perel coloca em uma entrevista à rede norte-americana ABC, "É o único ato que recebe dois mandamentos na Bíblia. Ele existe ao mesmo tempo que o casamento. Pode destruir relacionamentos e separar famílias. A infidelidade está em todos os lugares e, ainda assim, continua sendo muito mal compreendida".(1)

Por outro lado, mentes mais brilhantes, como Perel, estão entrando para fornecer nuances mais substanciais. Christopher Ryan é o autor do livro 'Sex at dawn' e o orador por trás do TED talk 'Somos onívoros sexuais'. Com seus podcasts e aparições públicas, Ryan é famoso por apresentar a necessidade evolutiva dos seres humanos de serem não monogâmicos.

"Nenhum primata não humano que vive em grupo é monogâmico, e o adultério tem sido documentado em todas as culturas humanas estudadas - incluindo aquelas em que os fornicadores são rotineiramente apedrejados até a morte. Em virtude de toda essa sangrenta retribuição, é difícil ver como a monogamia vem "naturalmente" para a nossa espécie. Por que tantos arriscariam suas reputações, famílias, carreiras - até mesmo legados presidenciais - por algo que vai contra a natureza humana?” Ryan sugere enfaticamente.(2)

Ele então nos pede para considerar a seguinte ideia: “Se a monogamia fosse uma característica antiga e evoluída de nossa espécie, como insiste a narrativa padrão, essas transgressões onipresentes seriam infrequentes e o seu tão terrível reforço, desnecessário. Nenhuma criatura precisa ser ameaçada de morte para agir de acordo com sua própria natureza”.(2)

Sem muita mesquinhez diante do debate de Ryan e de Perel, mas quais são os exemplos de seres humanos que estão realmente ouvindo? Analisaremos em mais detalhes por que a infidelidade está se tornando mais aceitável nos tempos modernos.

4 maneiras como a conscientização sobre a infidelidade está crescendo

  1. Infidelidade e Ted Talks

    Como mencionamos anteriormente, o adultério está fazendo sucesso no circuito do TED. A empresa é famosa por organizar conferências e publicar as palestras online para distribuição gratuita. Qual é a importância do TED? Tim Bajarin, da revista Time, escreveu um artigo sobre o valor desse serviço em nossa sociedade moderna, na celebração do 30º aniversário do TED.

    No artigo, Bajarin escreve, “Uma coisa que ficou clara para mim enquanto participava do TED era que para realmente tirar o máximo proveito da grande conferência TED, todo participante tinha que ter um bom conhecimento prático de matemática, ciências, medicina, arquitetura, economia, geografia, educação, literatura, direito, história, tecnologia e política. Isso praticamente explica por que quase todos os que comparecem à conferência são altamente instruídos”.(3)

    Então, que palestras proeminentes sobre adultério podemos encontrar no TED? É claro que temos Esther Perel e sua famosa palestra “Repensando a infidelidade”, onde ela pergunta se o adultério precisa ser recebido como uma terrível traição ou simplesmente como uma oportunidade de redescobrir o casamento. "Hoje, no Ocidente, a maioria de nós terá dois ou três relacionamentos ou casamentos, e alguns de nós farão isso com a mesma pessoa", diz Perel(4)

    Outra palestra surpreendente é a do autor e filósofo Dall' Aglio. Ele argumenta que o amor é simplesmente um desejo de ser amado de volta e funciona baseado no ego humano. "Para um casal que não é mais sustentado, apoiado pelas restrições da tradição, acredito que zombar de si mesmo é um dos melhores meios para o relacionamento durar", diz ele.(5) Basicamente, ele nos diz se tornarmos o casamento algo leve, a felicidade virá.

    Outra apresentação fascinante vem de Helen Fisher, "Por que amamos e traímos.". Ela apresenta argumentos em favor das diferenças dos cérebros entre gêneros e de como relacionamentos de longo prazo não são o segredo para a felicidade.

    "Então eu não acho, honestamente, que somos um animal feito para ser feliz; somos um animal que foi feito para reproduzir", afirma. "Eu acho que a felicidade que encontramos, nós é que a fazemos".(6)

    Há muitas outras palestras em que o assunto foi mencionado, mas não temos tempo nem atenção suficientes para discutir detalhadamente todas elas. No entanto, no que diz respeito ao tema do adultério, este não é um lugar ruim para começar. Afinal, o lema do TED é “Ideias que valem a pena”.

  2. Livros sobre traição

    Palavra escrita! Obviamente, não há necessidade de falar sobre o valor dos livros, mas temos que ressaltar que os livros sobre casos extraconjugais estão fazendo sucesso nas livrarias. Nós falamos sobre Christopher Ryan, Ph.D., e o turbilhão de controvérsias que seu livro de 2010, 'Sex at Dawn', causou.

    Em uma entrevista com Thomas Rogers no site Salon.com, Ryan diz que, “O casamento no ocidente não está indo muito bem porque está em confronto direto com a realidade evolutiva de nossa espécie. O que argumentamos no livro é que a melhor maneira de aumentar a estabilidade conjugal, que no mundo moderno é uma parte importante da estabilidade social, é desenvolver uma compreensão mais tolerante e realista da sexualidade humana e de como a sexualidade humana está sendo distorcida por nossa concepção moderna do casamento”.(7)

    Ou seja, casos ou encontros discretos não são uma coisa tão ruim. Tammy Nelson, autora de 'The New Monogamy', definitivamente concorda. Uma citação de seu livro nos dá algumas dicas sobre o absurdo de tentar entender um casamento de muito tempo.

    "Um grande impedimento para a visão de que ter um caso indica que algo está profundamente errado no casamento, no entanto, é que entre 35 a 55% das pessoas que têm casos relatam que estavam felizes em seu casamento no momento da infidelidade. Elas também relatam ter sexo bom e vida familiar recompensadora. Então, como podemos continuar vendo os casos como sintomas de casamentos disfuncionais, quando aparentemente muitos deles parecem acontecer com casais "normais" e até mesmo felizes? A visão única de infidelidade nunca questiona o modelo padrão de monogamia, muito menos ajuda um casal a explorar um novo modelo de monogamia que poderia funcionar melhor para eles e particularmente para o seu próprio casamento.”(8)

    De donas de casa solitárias a mulheres casadas e felizes, o argumento de que o nosso instinto humano natural é direcionado para se ter um caso ou buscar alguma forma de namoro adulto continua sendo forte.

  3. A internet e o adultério

    Entre no mundo das informações da internet. De revistas e blogs online a assuntos como casamento sem sexo e aplicativos de namoro, a infidelidade tem muitos seguidores dispostos a emprestar seus cérebros para a ideia da não monogamia. Pegue, por exemplo, uma publicação respeitável, como a Psychology Today, na qual uma pesquisa rápida sobre infidelidade levará você facilmente a dezenas de artigos relacionados com infidelidade, traição e adultério.

    A melhor parte desta fonte da internet é que cada artigo é escrito por alguém com credenciais reais em psicologia e, portanto, há uma riqueza de insights para uma pessoa comum explorar. Tomemos como exemplo um artigo de Robert Weiss LCSW. O artigo intitulado 'I love you and I'm cheating. Why?' ('Eu te amo e estou te traindo. Por quê?' - em tradução livre) argumenta que não precisa haver um problema no relacionamento para as pessoas traírem, trata-se apenas de um ímpeto humano natural.

    “Às vezes, as pessoas felizes que traem dizem que se sentem como adolescentes quando estão se escondendo e fazendo sexo ou tendo um caso. É excitante e proibido, e eles gostam da emoção de quebrar as regras”.(9)

    Outra agência online de notícias mundialmente famosa é o Huffington Post. Mais uma vez, uma pesquisa rápida neste respeitável meio de comunicação apresenta dezenas de editoriais de especialistas em relacionamentos. Por outro lado, nós também começamos a ver editoriais em forma de listas que nos mostram o quanto o tópico está na mente do público em geral. Um artigo de Emma Prestwich intitulado "5 fatos fascinantes sobre traição" está na seção de Estilo de Vida do Huffington Post Canada.

    Prestwich conclui o artigo dizendo, “se você tem fortes sentimentos contra a traição ou considerou se desvirtuar uma ou duas vezes, o fenômeno é bem fascinante”.(10)

  4. Programas de TV abrem nossas mentes

    Lembra como a série 'Glee' abriu nossas mentes e corações para as nuances das relações homossexuais? Alguém poderia argumentar que toda uma nova geração de pensadores progressistas nasceu apenas da base de fãs daquela série. O mesmo potencial existe com programas tendo a não monogamia como tema principal.

    Tomemos como exemplo a série original da Netflix, 'Explained', com o programa dedicando um episódio inteiro para lidar com o tabu das relações humanas. A série traz uma infinidade de especialistas, incluindo psicólogos e autores como Stephanie Coontz.

    A autora de ‘Marriage, a history' encapsula no episódio um pensamento articulado sobre o estado do casamento moderno. “À medida em que entramos no que eu considero um território inexplorado. Pela primeira vez na história humana, estamos tentando desenvolver relacionamentos que não são baseados em coerção. Coerção das mulheres por sua dependência econômica e legal, coerção das mulheres por seus corpos, coerção dos homens por suas estruturas sociais e econômicas; acho que talvez estejamos tentando encontrar um novo equilíbrio”.(11)

    Enquanto isso, David Barash, autor de "O Mito da Monogamia", é entrevistado no final do programa e apresenta um bom desfecho para aqueles que estão procurando um lado bom no argumento derrotista de que o casamento é completamente sem esperança. “Monogamia não é natural. Significa que temos que reconhecer que, por não ser natural, é algo pelo qual teremos que nos empenhar se quisermos tê-lo”.(12)

    Indo mais a fundo, há programas que nos mostram as nuances do namoro poliamoroso e do casamento aberto. Séries como ‘Unicornland’, disponível na internet, que segue uma mulher recém-divorciada que decide namorar outros casais com a intenção de explorar sua sexualidade. A série apresenta uma visão renovada dos clichês de donas de casa que traem ou de gays não assumidos em busca de homens. Em vez disso, algumas áreas mais obscuras são mostradas no mundo de namoro entre adultos.

    O programa 'You Me Her' é uma comédia sobre relacionamentos poliamorosos em que três personagens lidam com as peculiaridades da vida suburbana enquanto vivem um estilo de vida não muito comum no subúrbio.

    Ilana Novick, da Vice, escreveu um editorial detalhado intitulado 'TV is Finally Starting to get Polyamory right' ('A TV está finalmente começando a entender o poliamor' - em tradução livre), onde ela conversa com os criadores desses programas.

    "You Me Her está empenhado em mostrar as frustrações e realidades honestas sobre este relacionamento não tradicional", diz o criador John Scott Shepherd. Essa tensão, segundo Shepherd, foi projetada. Ele queria explorar o que aconteceria "se você deixasse cair esse sapo de mentira num jardim de verdade, onde há cobras de verdade. Onde as pessoas têm empregos reais, amigos reais e comunidades reais ... fazendo algo fora do comum ou diferente do que o resto do mundo está fazendo. Como seria isso no mundo real?"

    Talvez o poliamor seja a próxima fronteira do namoro moderno e de mente aberta, onde, por exemplo, uma mulher casada em busca de mulheres possa ter mais oportunidades de buscar a liberdade sexual.

    Seja através de palestras, da palavra escrita, da mídia visual ou da toda-poderosa internet, estamos agora vivendo em um mundo onde não há necessidade de demonizar o adultério como um pecado imperdoável. Em vez disso, as informações existentes apontam para a sociedade que deseja desenvolver uma mente aberta sobre uma compreensão moderna do amor, do sexo e da humanidade. Então talvez o namoro entre pessoas casadas também seja certo para você.

Traduções:

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